Figuras em Terracota

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Bura

Após 12 anos de investigações, Afonso de Burnay descobriu, em 1997, um campo arqueológico da civilização de Bura Asinda-Sikka, situado a cerca de 70 km de Niamey na Nigéria, em África.

Baseado em certos estudos arqueológicos desenvolvidos nos países banhados pelo Rio Níger, uma espantosa diversidade de culturas e costumes foram revelados em 1994, que trouxeram, uma nova luz para a história de África e dos seus povos. A civilização Bura, até então totalmente desconhecida, foi identificada e reconhecida, como tendo existido há cerca de 2.000 anos no Níger, na margem esquerda do rio. O uso sistemático da terracota como veículo de expressão cultural é bem ilustrado nesta colecção de cerca de 300 objectos representando cilindros de forma fálica, vasos semi-esféricos e antropomórficos e figuras ancestrais. Estes receptáculos em terracota ricamente ornamentados foram recuperados em notável estado de conservação. A datação por carbono estabeleceu a sua criação entre os séculos III e XI A.D. Utilizados como oferendas funerárias, foram encontrados enterrados, com as aberturas viradas para baixo e cheios com os pertences dos falecidos, dentes e alguns ossos principais. Este ritual mostra a forte crença simbólica, incontestável na fecundidade da vida e morte visto que após nascimento seguir-se-ia o renascimento ...

Em 2000, o Museu de Etnologia de Lisboa adquiriu um terço da colecção original de Bura. Em 2006 a Colecção Berardo adquiriu as restantes peças deste vestígio único da cultura primitiva africana.