Maiakowski

Maiakowski

 

Na primeira noite eles aproximam-se

e colhem uma flor de nosso jardim.

E não dizemos nada. 

Na segunda noite, já não se escondem,

pisam as flores, matam nosso cão.

E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra 

sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e,

 conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.

 

E porque não dissémos nada, já não podemos dizer nada...